A ganância
Por: Meire Cristiane
“não me deis olhos altivos e preservai-me da cobiça!” (Eclesiástico
23, 5)
O amor ao dinheiro e bens
materiais destroem muitas pessoas e lares. Movidos por uma compulsão em sempre
obter mais riquezas se esquecem do que estão entorno delas das pessoas que as
amam, do prazer da convivência familiar e/ou com amigos, do diálogo, de ter uma
vida saudável. “Porque sabei-o bem:
nenhum dissoluto, ou impuro, ou avarento - verdadeiros idólatras! - terá
herança no Reino de Cristo e de Deus.” (Efésios 5,5) Muitos então se
dedicam de forma exagerada ao trabalho, fazem horas extras constantemente, ou
então tem dois ou mais empregos, enfim, não medem esforços para se ter mais
ganhos, já outros apostam também nos jogos, sejam eles jogos de azar como
loterias e outros mais, ou até mesmo jogos de estratégia como o pôker, xadrez,
então passam horas diante de uma mesa de jogos ou em frente ao computador nas
várias salas de jogos on-line. São escravos, prisioneiros do dinheiro, poder.
“Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças
corroem,
onde os ladrões furtam e roubam.
Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças
nem a ferrugem,
e os ladrões não furtam nem
roubam.
Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração.”
(São Mateus 6, 19-21)
A sociedade está cada vez mais capitalista-competitiva-consumista-individualista,
o ter para muitos é mais importante do que ser. Por estarem mais
individualistas as pessoas muitas vezes se esquecem que ainda existem sentimentos,
amizade, companheirismo, solidariedade, e na sede pelo poder em alcançar
riquezas muitas cometem erros, são levianas, falsas a ponto de prejudicar outra
pessoa nos seus postos de trabalho, e até mesmo fraudando concursos públicos,
comprando provas, ou subornando alguém para obter dados das matérias de
determinada prova, e assim prejudicam pessoas que estudam e tentam honestamente
a classificação.
“Porque é do interior do coração dos homens que procedem os maus
pensamentos:
devassidões, roubos, assassinatos, adultérios, cobiças, perversidades,
fraudes, desonestidade, inveja,
difamação, orgulho e insensatez.
Todos estes vícios procedem de
dentro e tornam impuro o homem.”
(São Marcos 7, 21-23)
Triste presenciar casos de
assassinatos devido a ganância, até mesmo filhos que matam seus pais almejando
a “fortuna” que receberão. A que ponto chega a cegueira, a escravidão pelo
dinheiro! Aqueles pais que se dedicaram na criação, educação, carinho e
segurança são mortos pelos próprios filhos, estes pais que então trabalharam,
lutaram para conseguir algum bem, e em troca são apunhalados pelas costas. “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda
a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram
a si mesmos com muitas dores.” (1 Timóteo 6,10)
Muitas seitas tem se aproveitado
desse pecado para então seduzir mais “fiéis”, criaram um falso deus, uma falsa
esperança, que denominamos de “Teologia da prosperidade”, pessoas humildes,
muitos aposentados de baixa renda freqüentam estas seitas, e outros com intuito
mesmo de ficarem ricos, obterem lucros nos seus negócios, fazem barganhas com
Deus, como se pudessem enganar a Deus se “esquecendo” que Ele é onisciente,
onipresente, mas ignoram estes fatos sobre Deus, e então buscam nestas seitas,
nos cultos meios para angariar bens, ter sucesso nos negócios, em suas vidas! É
lamentável como brincam com Deus dessa maneira, e como muitos tem se deixado
levar com essa “Teologia da prosperidade”.
“Encontrou no templo os negociantes de bois, ovelhas e pombas, e mesas
dos trocadores de moedas.
Fez ele um chicote de cordas, expulsou todos do templo, como também as
ovelhas e os bois, espalhou pelo chão o dinheiro dos trocadores e derrubou as
mesas.
Disse aos que vendiam as pombas: Tirai isto daqui e não façais da casa
de meu Pai uma casa de negociantes.” (São João 2, 14-16)
Deus não condena o rico, mas o
amor ao dinheiro, a ganância em obtê-lo, é preciso vigilância para que não
caiamos nesta cilada, até mesmo nas apostas de jogos de azar ou nos vícios de
jogos com grandes premiações em dinheiro, pois tudo isso nos afasta do
Altíssimo, e na busca incessante pela riqueza menosprezamos o criador para
idolatrar um falso deus, o dinheiro.
“Um jovem aproximou-se de Jesus e lhe perguntou:
Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna? Disse-lhe Jesus:
Por que me perguntas a respeito do que se deve fazer de bom? Só Deus é
bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos.
Quais?, perguntou ele. Jesus respondeu: Não matarás, não cometerás adultério,
não furtarás, não dirás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe, amarás teu
próximo como a ti mesmo.
Disse-lhe o jovem: Tenho observado tudo isto desde a minha infância.
Que me falta ainda?
Respondeu Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os
aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me!
Ouvindo estas palavras, o jovem foi embora muito triste, porque possuía
muitos bens.
Jesus disse então aos seus discípulos: Em verdade vos declaro: é
difícil para um rico entrar no Reino dos céus!
Eu vos repito: é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha
do que um rico entrar no Reino de Deus.”
( São Mateus 19, 16-24)
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